"Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas... continuarei a escrever" Clarice Lispector

Sonhos.


Um dia, vi um menino que andava na rua sozinho e triste. Ele estava magro, com o corpo um pouco sujo, com uma roupa um pouco rasgada. Ele.. Era o chamado “menino de rua” era assim que toda a gente daquela aldeia o conhecia. Eu fui ter com ele, dei-lhe um pouco de comida e gostei de ver aquele sorriso que se esboçou perante aquele meu gesto. Os seus olhos brilhavam para mim, como nunca nenhuns olhos tinham brilhado. Aquela intensidade, aquela luz que me contagiava e fazia parar o mundo, tocou-me ao coração. Ele era afinal, um menino de rua, um simples menino com sonhos mas sem posses para os realizar, então aí eu pensei “eu quando era pequena tinha um sonho, mas só tive de pedir e realizou-se, e ele? Ele não tem essas capacidades, ele nem uma casa tem, ele nem amigos tem.” Naquele momento, após aquele pensamento decidi ajudá-lo, ser amiga dele, dar-lhe uma casa, dar-lhe comida, ajudá-lo, criá-lo como se fosse meu, apesar de não o ser. Naquele momento, criei em mim outro sonho e lutei com ele. Dei-lhe uma família, dei-lhe um lar, dei-lhe uma cama, dei-lhe amigos. Ele hoje é feliz, aqui comigo, com a família dele. Ele, tudo o que sonhou, conquistou, com a minha ajuda, mas conseguiu tudo, porquê? Porque lutou!  

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